quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Milagres

Antes demais, digo que as questões que levantarei neste post encontram-se em forma de teoria num livro, como tal não são originais minhas.

Todos nós já ouvimos falar em inúmeros milagres que ocorreram no passado, e por vezes sustentam a fé das pessoas em determinada religião. No entanto, porque é que todos os milagres ocorreram no passado? Porque é que acreditamos (ou no máximo, aceitamos) nos milagres do passado e não nos do presente? Porque é que quando alguém fala num milagre do presente nós pensamos estar na presença de um charlatão, lunático e /ou esquizófrénico? Será porque a ciência avançou? E quem aceita os milagres do passado, aceita por respeito à tradição ou por uma questão de fé?

2 comentários:

Anónimo disse...

O ser humano desde sempre precisou de acreditar em algo superior para poder justificar acontecimentos ditos "sobrenaturais". Neste sentindo é uma questão de fé, mais diria, uma questão de sobrevivência mental. É uma questão delicada a que todos nós devemos o devido respeito e que cabe a cada um escolher, acreditar ou não para seguir em frente saudavelmente...Ciência evoluida ou não, a questão é que há coisas que ela própria não consegue explicar.
"Não acredito em bruxas, mas que as há, há!"

Anónimo disse...

Todos os comentários pecam por serem pessoais. O meu não é excepção e olho a tua questão de uma perspectiva existencialista. O facto de o Homem precisar constantemente de se alicerçar em algo que lhe é superior e transcendente deve-se ao facto de não ser capaz de encarar a sua transitoriedade na vida. A "angústia existencial" que a sua condição de mortal lhe provoca, faz com que o Homem se rebele contra a ideia de que não é um "todo poderoso" que tem o total domínio da sua vida mas, antes, um ser que necessita de depositar os seus medos, aspirações e desejos em algo superior...para se demitir da responsabilidade dos seus actos.
Assim sendo, sem se saber bem como, cria-se ao longo dos séculos o mito, a ideia, o "diz que disse", a lenda de que algo de bom ou mau aconteceu, que servirá para castigar ou premiar as acções humanas.
No caso específico dos milagres, encaro-os como a fantasia longínqua de um prémio que alguém (quiçá, a própria Igreja) "criou" para "ensinar" os homens e reprovar as suas condutas.
E escrevo "longínqua" porque é, precisamente, esse o cerne da questão: como o milagre é algo do passado, ninguém se lembra como começou, nem onde sucedeu...é um mito em que o Homem precisa desesperadamente de acreditar, não sabendo bem porquê.